segunda-feira, 29 de março de 2010

Homenagem a Cruz e Sousa

Fonte: Revista Projeto Design n.358

Proposta para Rio 2016 busca valorizar paisagem

Barra, Copacabana, Maracanã e Deodoro são as quatro grandes zonas da cidade onde serão realizadas as competições. Na Barra (foto abaixo) ficará a maior parte das instalações. A Arena Olímpica e o Parque Aquático Maria Lenk já existem: foram construídos para os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Abaixo segue a ilustração da vista geral das instalações previstas para a Barra. O projeto da Vila Olímpica é de autoria do escritório de Sérgio Moreira Dias, engenheiro que atualmente comanda a Secretaria Municipal de Urbanismo.
Fonte: Revista Projeto Design n.359

sexta-feira, 26 de março de 2010

In Wonderland


Alice, de Tim Burton.
Por: Erika Cerutti


Um dos filmes mais esperados do ano, "Alice no País das Maravilhas", do excêntrico diretor Tim Burton, é inspirado no livro homônimo de Lewis Carroll, escrito no século XIX. O livro se transformou em animação das Disney na década de 50, e é uma das histórias mais surrealistas de todos os tempos, utilizando mensagens subliminares para mostrar o mundo adulto pela visão de uma criança. Repleto de simbolismos, o livro é um desafio à imaginação, e promove uma viagem para um mundo inventado onde animais falam, cartas de baralho são fieis à rainha de copas, e tudo pode acontecer.

Conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll, Charles Lutwidge Dodgson nasceu em 1832, em Chesire, na Inglaterra. Em 1855 ele ingressou na Universidade de Oxford, onde construiu uma carreira acadêmica como professor de matemática. Apaixonado por lógica e jogos capazes de testar a razão, escreveu diversos livros sobre o assunto, e também sobre geometria e álgebra. Além de escritor e matemático, Carroll também tinha um grande interesse por fotografia, e o polêmico hobby de fotografar crianças, principalmente meninas seminuas de 8 a 12 anos. Ele é considerado um clássico da literatura nonsense.

A ideia para o livro "Alice no País das Maravilhas" surgiu em 1862, quando passeava de barco em um rio com as três filhas crianças de seu amigo Liddell, Alice, Lorina e Edite. Elas lhe pediram para contar uma história, e ele foi inventando personagens e aventuras, tendo como inspiração a menina Alice. No mesmo dia ele escreveu toda a história que chamou de "Alice Debaixo da Terra", e presenteou as irmãs com o manuscrito. Quando decidiu publicar o livro, dois anos depois, acrescentou muitos capítulos, novos personagens e mudou o título para "Alice no País das Maravilhas". Seis anos depois ele escreveu uma continuação, o livro "Alice do Outro Lado do Espelho". O livro já foi traduzido em mais de 50 línguas e foi lido e aclamado por pessoas como Oscar Wilde e a Rainha Vitória.

A história do livro de Carroll fala sobre a menina de sete anos Alice, que segue um apressado Coelho Branco e acaba caindo em sua toca, que é a entrada do País das Maravilhas, onde tudo pode acontecer e cheio de personagens inusitados como or gêmeos Tweedle-Dee e Tweedle-Gum, o Gato Risonho, a Lagarta, a Lebre Maluca, o Chapeleiro Maluco e a Rainha de Copas, onde lógica do mundo real não existe. O filme de Tim Burton retrata Alice 12 anos após sua queda na toca do coelho, quando ela é pedida em casamento em uma festa da aristocracia de Oxford, sai correndo e cai novamente no País das Maravilhas. A questão é que a jovem não se lembra mais da aventura ou dos personagens. Com sua ajuda, seus surreais amigos tem que livrar o reino do domínio da Rainha de Copas. O ator Johnny Depp tem o papel do chapeleiro, Helena Bonham Cartes interpreta a Rainha e a Mia Wasikowska é Alice. Imperdível!

O filme já estreou fora do Brasil, e chega às telas brasileiras em 23 de abril.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Arquitetos constroem casa embaixo da terra

Construção foi feita na Suíça por meio de uma parceria entre dois escritórios de arquitetura inovadores
Por Época NEGÓCIOS Online

Imagine poder morar em uma colina sem precisar derrubar árvores ou mudar a paisagem. Dois escritórios de arquitetura conseguiram um resultado bem próximo a isto, construindo uma casa embaixo da terra.

Localizada em colinas suíças, o espaço interno é amplo e com uma grande área aberta na entrada da casa e a vista da paisagem é garantida.

Para construir a casa, as empresas SeARCH e Christian Müller Architects realizaram poucas mudanças na paisagem, bem menores do que precisariam ser caso o imóvel estivesse acima da terra.

quinta-feira, 18 de março de 2010

CASA COR SC 2010

Reestréia da Casa Cor em Santa Catarina.
Depois de 6 anos, a Casa Cor volta a Santa Catarina, que bom!. Não estou expondo este ano, por pura falta de tempo, mas sempre vale a pena conferir as últimas tendências em materiais, formas, cores... CONFIRA!

Serviço:

Coquetel de pré-inauguração
19 de março de 2010

Período de Visitação
20 de março a 27 de abril de 2010
SPECIAL SALE 26 e 27 de abril de 2010

Local
CIC - Centro Integrado de Cultura
Avenida Gov. Irineu Bornhausen, nº 5600 - Agronômica
Florianópolis - SC

Horário
Terça a Sexta, das 14h00 às 22h00
Sábado e Domingo, das 12h00 às 23h00

Ingresso
Terça a Sexta R$ 15,00
Sábado e Domingo R$ 20,00

quarta-feira, 17 de março de 2010

O espírito dos livros
Thereza Christina Motta

José Mindlin, imortal e bibliófilo, falecido há duas semanas, deixou-nos um legado perene: perpetuar os livros, pois, para ele, "os livros não desaparecerão jamais". Já outro bibliófilo, semiólogo e escritor italiano, Umberto Eco, os 30.000 livros de sua biblioteca são "os que ainda irá ler, senão, por que os guardaria?"

Piadas à parte, a verdade é que os livros cumprem um destino insólito: de preservar tudo o que o homem imaginou. Sem eles, nada saberíamos sobre egípcios e sumérios, babilônios e gregos, isso para citar os mais antigos, pois desde a invenção da imprensa, popularizaram-se as publicações de tal forma que praticamente todos podem realizar o sonho de publicar um livro.

Hoje, então, nem se fala. Gutenberg fez pelo livro o mesmo que Graham Bell pela comunicação virtual: acelerou os processos de tal forma que não imaginamos mais viver sem eles. As gráficas hoje tentam acompanhar a produção sob demanda. Além do papel reciclado, temos o papel de garrafa pet, o papel de plástico, que não dobra nem amassa. Quando pensamos nos primeiros livros impressos, temos a sensação de estar diante de um milagre.

Outro aspecto me chama a atenção: a sina da perseguição. Livros já foram proibidos, queimados, banidos, indexados, destruídos e, claro, lidos às escondidas. Há um temor e um assombro em relação a eles, seja pelo que trazem ou pelo que nos revelam. Ler um livro ilumina.

Por tudo isso, todos que um dia colaboraram em relação aos livros, seja criando bibliotecas, contrabandeando-os, guardando-os em lugar seguro, salvando-os de um incêndio ou de uma enchente, são dignos de um prêmio. O exemplo de Midlin deve multiplicar-se, o de Eco, proliferar-se, todos deveríamos ter 30.000 livros ainda por ler.

Meus pais sempre foram bibliófilos. Sempre tinham um livro sendo lido. Antes de morrer, papai estava lendo "As Novelas Exemplares", de Miguel de Cervantes. Mindlin também dizia que ao encontrarmos um livro, nunca devemos negligenciá-lo, ele pode não estar mais lá quando voltarmos para buscá-lo. É o encontro de uma vida.

Um dos depoimentos mais fantásticos que ouvi foi o de um contista, Mariel Reis, ao dizer que crescera numa casa sem luz, e que se refugiava na biblioteca do bairro durante o dia para poder ler. Ali podia encontrar todos os autores que queria: aquele era o seu paraíso. Ele escreve como poucos autores contemporâneos que conheço. É de tirar o fôlego. A literatura salvou-o.

Ainda menina, aos dez anos, li uma crônica de Cecília Meireles e foi a primeira vez que vi o que estava escrito: chamava-se "A arte de ser feliz" e ela descrevia a pomba que pousava num globo de louça azul que, por vezes, ficava da mesma cor do céu e assim a pomba parecia estar pousada no ar... Estava fazendo uma leitura silenciosa durante a aula no quarto ano primário do Chapeuzinho Vermelho, levantei a cabeça... e vi a pomba no ar!

O que um livro contém só faz sentido para quem o lê. Esse é o espírito do livro, que vive em nós depois que o lemos, que continua falando conosco muito tempo depois de tê-lo perdido em alguma mudança ou de uma separação. A biblioteca semovente que nos acompanha são os livros que guardamos, os que damos de presente, os que perdemos, os que esquecemos e só reencontramos nos sebos.

Ontem, na TV, um homem anunciava que alguém havia jogado na lata de lixo em Nova York uma primeira edição de "Alice no País das Maravilhas", encadernado em couro vermelho, com bordas douradas, que valia quinze mil dólares! Quem o encontrou, guardou-o num cofre. Esta edição só não vale mais do que a feita pelo próprio Lewis Carroll para presentear a Alice Liddell.

Além do sentido para quem o lê, há para quem ouve falar do livro - por quanto tempo procuramos um livro que queremos ler? Às vezes, uma vida inteira. E ao encontrá-lo, novamente volto a Mindlin, é como se encontrássemos um velho amigo que perdemos de vista há muito tempo.

Esta missão, a de guardar, a de escrever, a de publicar, a de vender livros, é a das mais sagradas, pois livros são sagrados pelo que contêm. Uma grande livraria brasileira começou com uma senhora que emprestava os livros que havia trazido da Europa ao fugir da guerra. Outra começou com um rapaz que veio trabalhar em uma que fecharia uma semana depois e para não deixá-la cerrar as portas, "tocou o negócio". Há muitas que já fecharam depois de viverem seu período áureo. Mas sempre voltam, em outro lugar.

O espírito dos livros sempre pairou sobre as águas. E criou, à sua imagem e semelhança, os livros que lemos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Arquiteto suíço vai mudar a paisagem do centro de São Paulo

Jacques Herzog, do premiado escritório Herzog&De Meuron, fala sobre polêmico projeto do Teatro da Dança Jotabê Medeiros, de O Estado de S. Paulo
O arquiteto Jacques Herzog fala sobre sua opção por não ter estilo

SÃO PAULO - Famoso pelo projeto do Ninho de Pássaro, mirabolante Estádio Olímpico de Pequim, o escritório de arquitetura suíço Herzog & De Meuron prepara-se para modificar a paisagem de São Paulo com o novíssimo Teatro da Dança de São Paulo, na região da Luz. Um projeto de 95 mil m² e custo que pode chegar a R$ 400 milhões (só o desenvolvimento do projeto custou R$ 3 milhões ao governo estadual, segundo adiantou o Estado em março deste ano), no epicentro da Cracolândia, o complexo deverá funcionar como uma nova "âncora" de recuperação do centro de São Paulo. A arquitetura é, como disse em entrevista exclusiva ao Estado um dos sócios do escritório, Jacques Herzog, "o maior sinal da vitalidade da energia cultural de um País". Ele e Pierre de Meuron estão entre os mais disputados arquitetos internacionais do momento.
Durante o recente cataclismo financeiro, muitos arquitetos, assim como designers famosos, passaram a ser vistos como profissionais criando brinquedos extravagantes para gente rica, casas faraônicas e condomínios pedantes, projetos para ditadores, símbolos nacionais para países nouveau riche. Que tipo de papel social o sr. acredita que o arquiteto tem?Arquitetura e urbanismo refletem a realidade de nossas sociedades, hoje e no passado. Arquitetos são muito tentados e geralmente seduzidos por oportunidades oferecidas a eles pelos líderes econômicos e políticos de suas épocas. Aqueles que não usam essas oportunidades para fazer algo mais que exercícios ecléticos e metidos de arquitetura certamente perdem a chance de oferecer contribuições socialmente relevantes. A arquitetura é, idealmente, uma forma de arte pública e só pode cumprir esse papel se investiga e explora todas as oportunidades oferecidas pelos espaços públicos em novos edifícios, os quais vão funcionar e serem aceitos pelo povo. Após seu escritório ser criticado pela criação do Estádio Olímpico de Pequim, o sr. disse que a obra poderia ajudar no processo de abertura e mudança na China. Agora que faz um ambicioso projeto para São Paulo, cidade com grandes problemas de pobreza e criminalidade, que tipo de mudança acha que seu plano pode propor para os habitantes da cidade?O Estádio de Pequim tem uma vida pós-Olimpíada muito interessante: está aberto a qualquer pessoa e recebe 30 mil visitantes por dia, mesmo cobrando ingresso. Funciona como um parque e tornou-se um espaço público real em Pequim, o que significa mais para a gente do que a atenção e o sucesso durante os jogos. Agora, nosso projeto para o novo centro cultural de São Paulo tem sido, desde o início, concebido como um espaço público - ou mais precisamente como um tipo de topografia pública, um conjunto de plataformas, ruas, praças e plantas acessíveis a todo mundo. A arquitetura de São Paulo tem como marca uma caótica fragmentação: neoclássico italiano, modernismo, pós-modernismo, cortinas de vidro como em Chicago. Qual é a sua visão sobre o mélange que é a arquitetura de nossa cidade?São Paulo é fascinante para todos aqueles que amam as grandes cidades. Nosso fascínio por São Paulo se deve a essa fragmentada e caótica estrutura onde tantas coisas incríveis podem ser descobertas. Estilo não importa, e o que nós amamos é aquilo que você certamente conhece. A coreógrafa alemã Pina Bausch incluía tudo que a gente vê e sente em uma experiência teatral, viva. Por outro lado, os integrantes da New York School of Music, Painting and Poetry (artistas como Merce Cunningham, Jerome Robbins e Paul Taylor) combinavam e rejeitavam ao mesmo tempo as rivalidades entre dança moderna e clássica, absorvendo aspectos da vida comum, o movimento dos pedestres, o mundo natural e a vida na cidade. Como trabalhar tantas direções distintas da dança moderna em um único edifício? Qual é o maior desafio de projetar um teatro de dança?Você pode dançar balé clássico em contextos muito contemporâneos e, de outro lado, também pode dançar formatos de dança contemporânea em teatros clássicos. Estamos desenvolvendo um edifício que na verdade não é um edifício isolado no sentido clássico, mas mais uma interseção entre aberto e fechado, público e privado, espaços grandiosos e intimistas nos quais todos juntos vão responder às possíveis necessidades dos usuários envolvidos no plano. Foi projetado para ser atraente - literalmente, para atrair e receber bem todo o povo de São Paulo. Diferentemente dos seus pares, como Frank Gehry, Daniel Libeskind, Norman Foster, Oscar Niemeyer e Zaha Hadid, vocês não têm uma "assinatura" de estilo. Cada edifício que fazem é diferente do anterior. É uma filosofia deliberada? Por quê?Quando jovens arquitetos, nós procuramos saber o que a arquitetura poderia ser. Não havia tradições a seguir, o modernismo parecia sem sangue, o pós-modernismo estava no horizonte e nós o odiávamos e não podíamos nos identificar com suas atitudes nostálgicas e ecléticas. Nós víamos a arquitetura muito mais como um caminho experimental e descobrimos diferentes campos que nunca tinham sido explorados antes, não do jeito radical que nós começamos a fazer. O minimalismo que só tinha sido desenvolvido como uma estratégia no mundo da arte; a materialidade da arquitetura; a potencialidade do ornamento como um novo conceito holístico para a arquitetura. Esse processo de investigação foi nos primeiros anos uma estratégia para nos estabelecer no mundo da arquitetura e do urbanismo, e logo nós nos tornamos mais e mais convencidos de que aquele era o caminho que procurávamos, e ainda estamos seguindo nele. Muito naturalmente, o resultado desse processo de pesquisa orientado é uma arquitetura sem um estilo claro. Nós vemos isso como uma vantagem, porque nos liberta de algum jeito de repetir o que já fizemos e deixa as portas abertas. Seu trabalho para um anexo da Tate Modern, em Londres, é um tanto diferente de tudo, porque não se trata de criar um novo edifício em um novo espaço. É um pouco como a pirâmide do Louvre, um espaço onde já existe outro edifício. Vocês não têm medo de criar uma extensão que possa ser mais atrativa do que o edifício principal?Se você faz dois edifícios no mesmo núcleo ou adiciona uma peça a um edifício pré-existente, você inevitavelmente vai se deparar com críticas e vozes em favor disso ou daquilo. Nós estamos trabalhando há muito tempo na Tate Modern Extension e mal podemos esperar para vê-la realizada. Estamos convencidos de que ambos os edifícios - o existente e o novo - necessitam um do outro para funcionar e que são fundamentais para a ambição da Tate Modern de ser um dos grandes museus do século 21. Tanto arquitetural quanto curatorialmente, os dois serão muito complementares. O sr. já imaginou como poderão ser os edifícios do futuro? Pensa em termos de futuro quando desenha novos edifícios?Nós vivemos agora. Se você pensa em algo mais do que naquilo que você faz agora, ou você pensa em alguém mais do que aquele que você é agora, você está perdido. Fazer um edifício é a mesma coisa. É para o agora, para as pessoas e as necessidades do agora. Se você não presta a maior atenção possível às pessoas e às fontes que você precisa para construir e manter um edifício, sua arquitetura nunca vai funcionar. Nem agora nem em algum ponto do futuro. Muitos urbanistas acham que o futuro da arquitetura depende de descobrir novas tecnologias, matérias e fontes de energia que promovam uma harmonia com o mundo natural. Vocês desenvolvem alguma pesquisa especial nesse sentido quando estão trabalhando num novo projeto?Nós não somos cientistas. Mas já existem incríveis ferramentas técnicas disponíveis no mercado para incrementar o consumo de energia e outras fontes. Projetos que geralmente começam com grandes ambições de usar essas ferramentas e, infelizmente, fracassam tão logo os orçamentos começam a sofrer cortes... Arquitetos podem se tornar famosos e ter visibilidade em todo tipo de revistas de celebridades, mas o fato é que nós não temos o poder real de transformar nossa sociedade. Sempre ouvimos muito sobre sua arquitetura, mas não conheço muito seus pensamentos sobre paisagismo e interiores.Oh, nós sempre nos mantivemos muito ocupados desenvolvendo móveis, lâmpadas, interiores. Alguns desses itens estão disponíveis no mercado, distribuídos por companhias como Artemide ou Vitra, e alguns talvez a gente distribua e produza pessoalmente num futuro próximo, por meio de uma plataforma na internet. Paisagismo é um campo no qual trabalhamos desde o início - basta ver nossas propostas radicais para Barcelona (1989) ou a Exposição Mundial em Hannover (1992). Concretamente, acabamos de entregar o plano mestre do que será a base da Exposição Mundial em Milão, em 2015. Trabalhamos num grupo pequeno com Stefano Boeri e Ricky Burdett num conceito focado em agricultura e paisagem como elementos dominantes da mostra - deixando de lado o papel tradicional dos pavilhões nacionais individuais. A arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, muito respeitada no Brasil e que criou o Masp, na Avenida Paulista, disse uma vez que sua definição de arquitetura era "um homem conectado com os mais urgentes e simples problemas da vida humana, aquilo que na linguagem filosófica se chamava de Lebenswelt, a ‘verdadeira experiência’". O sr. concorda com essa definição?"Leben" soa bem. A arquitetura molda, expressa e especialmente revela como nós vivemos. Arquitetura é muito psicológica.