segunda-feira, 1 de novembro de 2010

10 ideias de sustentabilidade

1- Sustentabilidade passa pela educação do ser: sensibilização também via meios de comunicação (difundir o que é ser sustentável);


2- Cidades com uso misto, com morfologias variadas;


3- Desenhos de edifícios públicos com incorporação de princípios sustentabilidade como incentivo para outros setores;


4- Buscar maior qualificação ambiental na relação edifício/passeio público, ampliar os espaços para pedestre, valorizar a mobilidade;


5- Realizar ‘acupunturas’ urbanas integradas de modo a transformar, a longo prazo, a qualidade dos espaços degradados; (trabalhar pontualmente os problemas da cidade, inserindo em determinadas áreas problemáticas equipamentos de cultura, lazer e de encontros);


6- Melhorar e ampliar a rede de ciclovias e incentivar o estacionamento de bicicletas nos espaços públicos e privados;


7- Articular a criação de um conselho intermunicipal de planejamento sustentável da Grande Florianópolis (envolvimento da gestão pública como vetor das práticas ambientalmente corretas);


8- Educação continuada dos profissionais ligados à arquitetura e ao planejamento urbano com foco na interdisciplinaridade (utilizar o máximo de conhecimentos de outras áreas em prol do ambiente);


9- Aproveitamento da malha urbana existente com retrofit (renovação e recuperação) das edificações e incentivo ao uso misto;


10- Estimular a criação de transporte público eficiente e sustentável.

Fonte: Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo (SISAU)



segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CASA COR SANTA CATARINA e Antena 1 repetem parceria em 2011

A parceria CASA COR SANTA CATARINA e Antena 1, sucesso em 2010, se manterá em 2011. A partir do dia 4 de outubro uma série de programetes fará a apresentação dos expositores confirmados na próxima edição do evento, e spots de 15 segundos irão introduzir os temas que serão tratados na mostra.
Cada programete terá duração de 30 segundos, e as estrelas do evento usarão o espaço para apresentar aos ouvintes as diretrizes dos ambientes da próxima CASA COR SANTA CATARINA.

Os depoimentos terão cinco veiculações diárias, de segunda a sábado, até o dia 30 de novembro. Em 2011 será desenvolvida uma campanha completa de chamadas para visitação do evento, e uma segunda série de programetes será gravada, com conteúdo atualizado e repleto de novidades conceituais dos projetos.

Toda a campanha de divulgação da CASA COR SANTA CATARINA é desenvolvida pela agência 9mm.

Confiram em breve TATIANA JUNKES e PAOLA SIMONI em incursões pela rádio.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Le Jardin no site da DOCOL

http://www.docol.com.br/galeria_lista.php?pagina=6

Le Jardim


Tatiana Junkes e Paola Simoni - Arquitetas

Florianópolis - SC

O projeto Le Jardim assinado pelas arquitetas Tatiana e Paola oferece três casas independentes cercadas pelo verde em um dos bairros com mais qualidade de vida de Florianópolis.



Com 290m² de área privativa, cada residência ainda oferece 2 suítes e 2 suítes americanas, estacionamento para 4 carros, jardim, churrasqueira e Homeoffice. A casa das fotos tem jardim privativo, energia solar e metais Docol para garantir a boa qualidade e solidez do investimento.


Contato:

Vinlanda Assessoria, Incorporações & Projetos

www.vinlanda.com.br

(48) 3333-0034

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Com que bancada eu vou?

Com que bancada eu vou?


Na hora de construir ou reformar a cozinha, a bancada merece atenção especial. Afinal, é ali que os alimentos – a alma do ambiente – são manuseados todos os dias. Aqui, especialistas dão dicas e ajudam a definir a melhor opção para a sua casa
Por Vanessa Lima

Prática, resistente, higiênica, atual, bonita e, além de tudo, de baixo custo. Essas são as características reunidas pela bancada de cozinha dos sonhos. No entanto, nem sempre é possível encontrar todas essas qualidades em um só produto: em muitos casos, o material agrada em todos os aspectos, mas, na hora de pagar a conta, vem o susto inesperado. Outras vezes, o preço é atrativo, mas a qualidade deixa a desejar.

“Hoje em dia, os materiais mais homogêneos visualmente são os mais procurados”, diz o arquiteto Maurício Arruda. “Isso porque, nos últimos anos, a cozinha se tornou um espaço mais social”, completa. "Muitas vezes aquela bancada que parece ser barata e pouco prática para uma família com filhos pode ser ideal para um jovem solteiro, que está montando a primeira casa. Cada material tem suas características próprias. Não existe um que seja perfeito ou ideal. A ideia é sempre tirar o máximo de potencial dele, de acordo com as especifidades de cada projeto", ressalta.

Para facilitar a sua escolha, selecionamos alguns materiais que podem compor ou revestir a área de trabalho da sua cozinha e pedimos a ajuda de especialistas, como Maurício, o designer de interiores Moreno e o arquiteto Diego Revollo. Aqui, eles listam as vantagens e desvantagens de cada um deles.


AÇO INOX
POSITIVO: Durabilidade, higiene e praticidade são alguns dos pontos positivos desse material. A manutenção é simples e existem vários materiais específicos para a limpeza do inox. “Ele é ideal para quem gosta de cozinhar de verdade e procura um visual mais industrial e moderno na cozinha. Por isso, é usado em dez entre dez bancadas de cozinhas em restaurantes”, afirma Maurício Arruda. Outra vantagem é que o inox possibilita a criação de peças em um bloco só, com cuba, frontão e acessórios, como lixeiras e escorredores de pratos.

NEGATIVO: Além de ter um preço alto – uma bancada de 2 m x 0,6 m, com cuba simples, por exemplo, sai por cerca de R$ 1.800 –, o inox risca facilmente. Porém, de acordo com Maurício, nem sempre isso é uma desvantagem: “Quanto mais usado, mais bonito o material fica. Mas beleza, é claro, é uma opinião subjetiva”, ressalta.


AZULEJO
POSITIVO: Bancadas revestidas com azulejo são econômicas e esta é uma das grandes vantagens do material. “É necessário executar uma estrutura de pedra ou compensado que sirva como base, onde serão posteriormente assentados os azulejos. Mesmo assim, o valor compensa, já que é possível usar uma pedra bem barata, porque ela não fica aparente”, explica Maurício Arruda. Outro ponto a favor é a uniformidade visual. “O resultado final pode ser contemporâneo ou retrô”, diz o arquiteto.

NEGATIVO: No caso do azulejo, o barato pode acabar saindo caro, se não for planejado apropriadamente. Isso porque é um material frágil, que tem baixa resistência e pouca durabilidade. As peças podem trincar no contato bruto com panelas muito quentes, por exemplo. “O ideal é usar peças especiais para o acabamento das bordas e rejunte do tipo epóxi, que possui menor aderência a manchas”, sugere Maurício.


MÁRMORE COMPOSTO
POSITIVO: A mistura criada com cerca de 90% de quartzo e 10% de resinas sintéticas forma o grupo dos mármores compostos, que inclui o Silestone, o Techinostone, o Marmoglass... Os nomes variam de acordo com a marca. Para Maurício Arruda, uma das grandes vantagens deste material para a bancada da cozinha é a homogeneidade, ou seja, a aparência uniforme. Além disso, o mármore composto é resistente, tem boa durabilidade, é higiênico e tem manutenção fácil. “Outra característica é a possibilidade de o material de ser recomposto. Quando manchado ou riscado, ele pode ser recuperado por meio de um processo que envolve recorte da área deteriorada e substituição pelo mesmo material com acabamento de emendas invisíveis”, explica o arquiteto.

NEGATIVO: Tudo isso, é claro, tem um preço. Por serem importados, os diversos tipos de mármore composto têm custo alto. O metro linear (faixa com 1 m de comprimento) do Silestone tipo Blanco Zeus, que é um dos mais utilizados, sai por cerca R$ 1.200.


ACRÍLICOS
POSITIVO: Corian, Hi-macs e Staron, entre outros, compõem o grupo destes polímeros plásticos, que são alguns dos materiais mais cobiçados para as bancadas de cozinha atualmente. Composto por material mineral e acrílico, o Corian, por exemplo, é moderno, resistente e tem uma grande variedade de cores e texturas. “Uma vantagem é que ele pode ser modelado. Em um tampo de cozinha, a cuba pode ser esculpida no próprio material, dando um aspecto higiênico e de fácil manutenção”, explica o arquiteto Diego Revollo.

NEGATIVO: Apesar de ser resistente, é preciso tomar alguns cuidados ao fazer a bancada com os acrílicos. “Se uma panela muito quente for colocada sobre a superfície, ela pode ser danificada”, ressalta Diego. No entanto, o problema tem solução: dá para recuperar o Corian sem deixar emendas ou marcas. “Para evitar que isso aconteça, você pode utilizar pinos metálicos na região de apoio das panelas”, sugere o arquiteto. O material também tem um custo alto e o metro quadrado custa, em média, R$ 3.000.


NANOGLASS
POSITIVO: Composto de pó de mármore e vidro, o nanoglass é um material industrializado, que tem superfície sólida. Entre os pontos positivos, estão a facilidade de limpeza e manutenção, além da aparência homogênea. “Por não ter porosidade, o material não mancha”, diz Diego Revollo. Branco e brilhoso, o material é neutro e, segundo o arquiteto, tem aspecto nobre.

NEGATIVO: “Por ser uma superfície muito rígida, o nanoglass pode trincar, não havendo reparo”, alerta Diego. Para que isso não aconteça, você pode polir a bancada e, assim, garantir maior durabilidade. Apesar de não ser tão caro quanto o Corian, o nanoglass também não é dos mais econômicos: o metro quadrado sai por cerca de R$ 1.000.


GRANITO
POSITIVO: Quem prioriza preço baixo pode apostar no granito. Por ter produção fácil, o custo do metro quadrado varia de R$ 200 a R$ 900 e esta pedra é um material clássico. Além disso, é fácil de trabalhar, tem praticidade de manutenção e durabilidade.

NEGATIVO: O granito possui muitos elementos visuais e, por conta disso, seu uso na decoração se torna mais restrito. “O granito mais utilizado é o preto, por ser mais homogêneo e ter mais brilho”, diz o arquiteto Diego Revollo. “A tendência é que ele seja substituído por materiais compostos, que causam menos impacto ambiental e têm um aspecto mais limpo”, completa.


MADEIRA
POSITIVO: Aconchego, calor e rusticidade são características presentes nas bancadas de madeira, recorrentes nas cozinhas europeias. Uma das vantagens, de acordo com o designer de interiores Moreno, é a praticidade na hora da instalação. “Como não envolve cimento e água, a organização e a logística da obra ficam mais fáceis”, diz.

NEGATIVO: Como a bancada é uma área molhada, é preciso investir em uma cuba especial, que tenha prancha de alumínio nas laterais. O preço desse tipo de cuba, que geralmente vem de fora do país, varia entre R$ 2.500 e R$ 3.000. “A madeira também não suporta objetos pontiagudos ou panelas quentes, deixando marcas sem condições de reparação”, explica Moreno. Também é preciso ter atenção redobrada com a limpeza, já que o contato com a água pode danificar o material.


CONCRETO
POSITIVO: Com aparência moderna, o concreto é rústico, funcional e tem instalação prática. “É preciso tratar o material para que ele possa ficar em contato com a água”, explica o designer de interiores Moreno. O concreto também é econômico.

NEGATIVO: O concreto tem porosidade e, portanto, há espaço para a infiltração de líquidos, o que pode ocasionar umidade. “Não é um material que garanta a higiene total para o manuseio de alimentos”, diz Moreno. Outras desvantagens, de acordo com o profissional, são as possibilidades de rachaduras, mesmo antes do início do uso.


EPÓXI
POSITIVO: Uma das maiores vantagens do epóxi é a ausência de porosidade. “Essa característica faz com que o material seja usado até em laboratórios, porque facilita a limpeza”, diz Moreno. “É um produto versátil, que não tem restrição de forma”, completa. O epóxi também tem boa durabilidade.

NEGATIVO: Além de ter um custo elevado, o epóxi também precisa de certos cuidados. Com o tempo, o contato com peças quentes, como panelas, pode gerar manchas amareladas. Uma solução é instalar pinos ou alguma superfície metálica que impeça o apoio direto.


PASTILHAS
POSITIVO: Assim como os azulejos, as pastilhas de vidro podem ser uma solução econômica para revestir a bancada da cozinha. “O custo varia de acordo com o padrão da marca ou do material”, explica o designer de interiores Moreno. Há diversas opções de cores e estilos, coloridos ou metalizados, o que torna o material versátil. “Quando as pastilhas são esmaltadas, a limpeza é mais fácil”, diz o profissional.

NEGATIVO: Para fazer o acabamento, as pastilhas podem precisar de cortes, saindo do padrão geral. “Isso, muitas vezes, não agrada aos clientes mais exigentes”, alerta Moreno. A grande quantidade de recortes também dificulta a limpeza. Também é preciso ficar atento ao material que assenta as peças na base da bancada, para que elas não comecem a se destacar com o tempo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O RESGATE APÓS O ABANDONO

Futura nova sede da Academia Catarinense de Letras... cujo presidente, Lauro Junkes, será homenageado pelo escritório na CASA COR 2011, no espaço BIBLIOTECA. Prof. Lauro está muito orgulhoso pela conquista. Foram anos de luta pelo novo espaço.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

News CASA COR SC 2011

Queridos amigos, clientes e parceiros!

Como já divulguei anteriormente, irei participar, em parceria com a arquiteta Paola Simoni, da edição 2011 da mostra CASA COR SC, a ser realizada em março de 2011 na antiga sede do Jornal O ESTADO, na SC 401.

O ambiente escolhido para participação no evento é a BIBLIOTECA, e irá homenagear uma figura ilustre e importante para a cultura de nosso estado - o Prof. Dr. LAURO JUNKES.

Nosso homenageado é Presidente da Academia Catarinense de Letras, pesquisador e crítico literário mais atuante em Santa Catarina, com um trabalho constante e sério, sempre divulgando as letras do Estado; autor de diversas publicações, organizador de inúmeras obras de escritores catarinenses, mestre em Literatura Brasileira e Doutor em Teoria da Literatura.
Incansável, além das inúmeras resenhas sobre a obra de quase todos os escritores de Santa Catarina, assim como de outras regiões, Lauro Junkes tem vários livros publicados sobre literatura e, numa gestão das mais atuantes como Presidente da ACL, já no seu quarto mandato, tem resgatado a obra de grandes nomes da literatura de nosso estado, republicando-as.

Aguardem, em breve, mais novidades sobre nosso ambiente e nosso homenageado.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

TJ ARQUITETURA na CASA COR SC 2011

TJ ARQUITETURA fechou contrato nesta semana e estará presente na mostra de decoração CASA COR SC 2011. O evento irá evidenciar a utilização da tecnologia no cotidiano, reunirá produtos e tendências de última geração e fará uma homenagem aos 25 anos da CASA COR. A mostra também evidenciará a história da imprensa catarinense.
O evento foi lançado no Dia da Imprensa Catarinense, 28 de julho, instituído em 2004 pelo governo do Estado de Santa Catarina em homenagem ao jornal O Catharinense, publicação pioneira da imprensa em Santa Catarina, que começou a circular no dia 28 de julho de 1831.
O enfoque será dado na trajetória desenvolvida na mídia impressa, no rádio e na televisão do Estado. O mergulho nesta trajetória começou no local escolhido para a realização da mostra: o prédio do antigo Jornal O ESTADO, criado em 1915, no bairro Saco Grande (SC-401).

O ambiente e o homenageado escolhidos pelo escritório serão temas de nosso próximo post - AGUARDEM!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Declaração Universal dos direitos dos Arquitetos

Por Eufrates Epidérmico

Todo arquiteto/designer de interiores tem direito a um analista permanente para cuidar dos estragos causados pela relação com clientes noiados.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de não ouvir do cliente a expressão "tudo isso só por um desenhinho" quando apresenta o seu preço podendo, caso isso aconteça, dar queixa crime (contra o cliente, é claro!) em qualquer delegacia da cidade.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de eliminar um cliente uma vez na vida (só uma, senão é genocídio!), como se desse um deletar nele sem justificativa, apenas seguindo seus mais puros instintos.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de manter em cativeiro pedreiros, gesseiros, eletricistas, marceneiros, encanadores por tempo indeterminado para que não faltem ao trabalho na obra do cliente.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de invejar (ou odiar) qualquer coleguinha sem que isso conte pontos negativos no seu prontuário celeste.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de fazer-se ouvir pelo cliente sem interrupções, sem nunca ser contrariado e com todo o respeito que merece, caso contrário poderá delatar (entregar) o dito cujo (cliente) à primeira autoridade que encontrar, mesmo que seja a sua sogra (do cliente).

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de viver 102 anos (como Oscar Niemeyer, vivíssimo em 2010) e, nessa idade, não querer fazer tatuagem porque a mesma é para a vida toda e (ele) poderá se arrepender.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de exigir de sua cara metade total submissão aos seus horários e condições de trabalho, mesmo quando tem que ir á obra no domingo por exigência do cliente.

Todo arquiteto/designer de interiores tem o direito de usar as madrugadas para projetar (como fazia na época de estudante) e acordar no dia seguinte sem qualquer vestígio (olheiras profundas) e com o melhor bom humor do mundo para não descontar a sua irritação nos outros.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

BIKE

BIKE
Indústria Automobilística e o conceito de Mobilidade Sustentável

A Volkswagen apresentou o seu primeiro veículo de duas rodas e o conceito "Think Blue" na Auto China 2010. Por incrível que possa parecer, a bicicleta da Volkswagen chamou mais atenção das pessoas do que os seus próprios carros, além disso gerou no mundo inteiro curiosidade para ver no You tube como ela funciona (
http://www.youtube.com/watch?v=sXhhWXw9V7A&feature=related ). A empresa tem se referido a ela como a obra de arte da mobilidade. A VW Bik.e não tem pedais, é dobrável, freio a disco nas duas rodas e funciona a bateria que pode ser recarregada no próprio carro, em corrente contínua ou numa tomada AC Comum. Foi concebida para se encaixar perfeitamente no compartimento do pneu estepe da carro. O Conceito de mobilidade deste equipamento é para que a bicicleta seja um complemento do carro. Assim, o motorista poderia deixar o carro num estacionamento fora dos grandes centros congestionados e trafegar em zonas com tráfego elevado com sua bicicleta elétrica.

terça-feira, 1 de junho de 2010

AQUILO QUE NOS DEIXA FELIZES

AQUILO QUE NOS DEIXA FELIZES
Vogue | 2004

O luxo na arquitetura não é diferente do luxo na vida. Luxo é ter em sua casa aquilo que te deixa feliz.
Luxo são os espaços que te levam a respirar profundamente, a se espantar, a pensar, estranhar, se emocionar...
Pode-se tentar ser feliz com o mínimo, abolir os excessos, mas se para você o mínimo deve ser o máximo, pois que fique com muito. Luxo é não ter regras.
Luxo não é ter móveis "Bombé", "Délavé" ou "Flambe", mas pode eventualmente ser. Luxo é não ter vergonha de dizer que gosta quando gosta ou não sei quando não sabe. Luxo não é uma coleção de etiquetas de grife, mas tampouco é a camiseta branca básica. Luxo é poder misturar essas coisas naturalmente.
É não dever nada a ninguém.
O travesseiro pode ser feito de pluma de ganso ou de crina de cavalo. Luxo é poder deitar a cabeça nele, tranquilamente.
Para alguns, luxo pode ser comprar um bilhete de primeira classe. Para mim, é devorar um quarteirão com queijo no aeroporto antes de embarcar em vez de comer a horrorosa comida que é servida.
Luxo é poder mudar seus planos a qualquer momento.
É ser independente, avulso, livre. É dizer não, é dizer sim, é dizer talvez, sempre que se queira.
É poder ficar mais um pouco, se tiver vontade.
Luxo é sentar à beira da lareira num fim de tarde de inverno, usando um surrado cashmere, um par de meias escocesas meio furadas, um pequeno copo de botequim cheio de pinga, um cocker spaniel ao seu lado e um CD interminável da Blossom Dearie. Isso pode ser no interior da Inglaterra, mas com o passar do tempo e a chegada da maturidade, a gente percebe que também pode ser no interior de São Paulo.
Esta percepção é que é um luxo.

Isay Weinfeld

terça-feira, 11 de maio de 2010

É possível usar a iluminação para aumentar as vendas?

Pontos muito brilhantes ofuscam o resto da loja. Objetos no escuro passam despercebidos. Ter equilíbrio no uso das luzes é o segredo para alavancar os negócios

Uma simples alteração no projeto de iluminação mudou, no ano passado, a cara da loja de móveis Lafer do shopping Lar Center, em São Paulo. Antes, alguns produtos ficavam no escuro e não chamavam a atenção de quem transitava pelo shopping, enquanto outros sofriam com o excesso de luminosidade — e ainda por cima com o emprego da lâmpada errada. “A luz utilizada alterava a cor do tecido dos estofados e os vendedores tinham que ir até o corredor do shopping para mostrar o tom real para o cliente”, diz a arquiteta da Lafer.

Com um projeto de R$ 2.300, esses extremos foram eliminados. Além de deixar o ambiente mais agradável, houve a preocupação em adotar lâmpadas com menor consumo de eletricidade e maior durabilidade. “Nossa loja fica aberta 12 horas por dia. Precisávamos pensar em como otimizar o consumo das lâmpadas”, afirma a arquiteta. Ela conta que trocava cerca de sete lâmpadas por mês antes da mudança. Hoje, sete meses depois de concluída a reforma, substituiu apenas três lâmpadas. Os custos diminuíram e as vendas aumentaram. Segundo a arquiteta, o crescimento das vendas foi de 20% no ano passado. “Difícil dizer qual é a parcela de contribuição da iluminação, mas tenho certeza de que um ambiente mais agradável visualmente faz com que o cliente permaneça mais tempo na loja e compre mais”, diz.

O projeto luminotécnico também foi feito em outras lojas da Lafer, como a de rua, localizada na Teodoro Sampaio, e a do Shopping D&D, um centro de compras para a classe média alta em São Paulo. Nas duas unidades, públicos distintos. Na loja de rua, uma clientela com menor pode aquisitivo — mas não quer dizer que o projeto de iluminação custe menos (no caso da Teodoro Sampaio, foram R$ 4.200). Ao determinar a iluminação da loja, as diferenças de consumidores devem ser levadas em conta. “A luz pode fazer uma loja parecer sofisticada demais e afugentar o público-alvo, caso a clientela seja mais popular”, afirma outro arquiteto, especializado em projetos luminotécnicos. Para tornar um ambiente popular mais atraente, uma luz mais clara, forte e uniforme é mais efetiva, pois transmite a impressão de agilidade. No caso de locais sofisticados, o uso da sombra é muito importante e o ideal é produzir contraste entre os objetos iluminados (mais importantes) e os ofuscados.

Antes de solicitar um projeto de iluminação, é fundamental saber quem é seu cliente e ter em mente o que deve chamar mais atenção na loja. “Com a luz ideal, podemos direcionar o olhar do consumidor no ponto de venda”, diz Leão. Peças mais iluminadas atraem primeiro a atenção do cliente. Mas, em todos os casos, é preciso criar uma sensação de aconchego. “O conforto visual é a partida para qualquer solução de iluminação”.

PARA ACERTAR O PONTO


HIERARQUIA: Produtos iluminados são mais visíveis e entendidos como os mais valiosos— enquan to os pontos menos importantes não devem ser destacados

SOFISTICAÇÃO: A sombra é muito importante para definir a atmosfera do local. Quanto maior o contraste entre os objetos iluminados e os não iluminados, maior será a impressão de sofisticação do local. Esse tipo de iluminação é indicado para bares, lojas e restaurantes chiques

SIMPLIFICAÇÃO: Os ambientes populares podem ser mais estimulantes, uniformes e ter mais lumi nosidade. A temperatura de cor mais elevada (luzes claras) ajuda a transmitir a impressão de agilidade

PERFORMANCE: A uniformidade da iluminação é interessante em locais onde é preciso ter produtividade. É o caso de caixas, provadores de lojas, cozinhas de restaurantes, academias de ginástica e escritórios.

Fonte: Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Isso é que é porta...

"A porta de entrada da casa de um negociador de diamantes na Índia. 40 peças de 25 cm de profundidade por 1,7m de largura, com 5,2m de altura. Todas peças de madeira são ocas e além de muito cabo de aço, ocultam 160 polias e 80 engrenagens que são responsáveis pela impressão da porta ter sido torcida, ao ser aberta."

Fonte: http://cybervida.com.br/uma-porta-fantastica#more-2636


terça-feira, 6 de abril de 2010

Arquitetura Cultural




Fonte: revista Casa Cor Santa Catarina 2010

continuação











Fonte: revista Casa cor Santa Catarina 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ícone urbano

Revitalização da Biblioteca Pública de Santa Catarina vai valorizar arquitetura e circulação
Fonte: Diário Catarinense

segunda-feira, 29 de março de 2010

Homenagem a Cruz e Sousa

Fonte: Revista Projeto Design n.358

Proposta para Rio 2016 busca valorizar paisagem

Barra, Copacabana, Maracanã e Deodoro são as quatro grandes zonas da cidade onde serão realizadas as competições. Na Barra (foto abaixo) ficará a maior parte das instalações. A Arena Olímpica e o Parque Aquático Maria Lenk já existem: foram construídos para os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Abaixo segue a ilustração da vista geral das instalações previstas para a Barra. O projeto da Vila Olímpica é de autoria do escritório de Sérgio Moreira Dias, engenheiro que atualmente comanda a Secretaria Municipal de Urbanismo.
Fonte: Revista Projeto Design n.359

sexta-feira, 26 de março de 2010

In Wonderland


Alice, de Tim Burton.
Por: Erika Cerutti


Um dos filmes mais esperados do ano, "Alice no País das Maravilhas", do excêntrico diretor Tim Burton, é inspirado no livro homônimo de Lewis Carroll, escrito no século XIX. O livro se transformou em animação das Disney na década de 50, e é uma das histórias mais surrealistas de todos os tempos, utilizando mensagens subliminares para mostrar o mundo adulto pela visão de uma criança. Repleto de simbolismos, o livro é um desafio à imaginação, e promove uma viagem para um mundo inventado onde animais falam, cartas de baralho são fieis à rainha de copas, e tudo pode acontecer.

Conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll, Charles Lutwidge Dodgson nasceu em 1832, em Chesire, na Inglaterra. Em 1855 ele ingressou na Universidade de Oxford, onde construiu uma carreira acadêmica como professor de matemática. Apaixonado por lógica e jogos capazes de testar a razão, escreveu diversos livros sobre o assunto, e também sobre geometria e álgebra. Além de escritor e matemático, Carroll também tinha um grande interesse por fotografia, e o polêmico hobby de fotografar crianças, principalmente meninas seminuas de 8 a 12 anos. Ele é considerado um clássico da literatura nonsense.

A ideia para o livro "Alice no País das Maravilhas" surgiu em 1862, quando passeava de barco em um rio com as três filhas crianças de seu amigo Liddell, Alice, Lorina e Edite. Elas lhe pediram para contar uma história, e ele foi inventando personagens e aventuras, tendo como inspiração a menina Alice. No mesmo dia ele escreveu toda a história que chamou de "Alice Debaixo da Terra", e presenteou as irmãs com o manuscrito. Quando decidiu publicar o livro, dois anos depois, acrescentou muitos capítulos, novos personagens e mudou o título para "Alice no País das Maravilhas". Seis anos depois ele escreveu uma continuação, o livro "Alice do Outro Lado do Espelho". O livro já foi traduzido em mais de 50 línguas e foi lido e aclamado por pessoas como Oscar Wilde e a Rainha Vitória.

A história do livro de Carroll fala sobre a menina de sete anos Alice, que segue um apressado Coelho Branco e acaba caindo em sua toca, que é a entrada do País das Maravilhas, onde tudo pode acontecer e cheio de personagens inusitados como or gêmeos Tweedle-Dee e Tweedle-Gum, o Gato Risonho, a Lagarta, a Lebre Maluca, o Chapeleiro Maluco e a Rainha de Copas, onde lógica do mundo real não existe. O filme de Tim Burton retrata Alice 12 anos após sua queda na toca do coelho, quando ela é pedida em casamento em uma festa da aristocracia de Oxford, sai correndo e cai novamente no País das Maravilhas. A questão é que a jovem não se lembra mais da aventura ou dos personagens. Com sua ajuda, seus surreais amigos tem que livrar o reino do domínio da Rainha de Copas. O ator Johnny Depp tem o papel do chapeleiro, Helena Bonham Cartes interpreta a Rainha e a Mia Wasikowska é Alice. Imperdível!

O filme já estreou fora do Brasil, e chega às telas brasileiras em 23 de abril.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Arquitetos constroem casa embaixo da terra

Construção foi feita na Suíça por meio de uma parceria entre dois escritórios de arquitetura inovadores
Por Época NEGÓCIOS Online

Imagine poder morar em uma colina sem precisar derrubar árvores ou mudar a paisagem. Dois escritórios de arquitetura conseguiram um resultado bem próximo a isto, construindo uma casa embaixo da terra.

Localizada em colinas suíças, o espaço interno é amplo e com uma grande área aberta na entrada da casa e a vista da paisagem é garantida.

Para construir a casa, as empresas SeARCH e Christian Müller Architects realizaram poucas mudanças na paisagem, bem menores do que precisariam ser caso o imóvel estivesse acima da terra.

quinta-feira, 18 de março de 2010

CASA COR SC 2010

Reestréia da Casa Cor em Santa Catarina.
Depois de 6 anos, a Casa Cor volta a Santa Catarina, que bom!. Não estou expondo este ano, por pura falta de tempo, mas sempre vale a pena conferir as últimas tendências em materiais, formas, cores... CONFIRA!

Serviço:

Coquetel de pré-inauguração
19 de março de 2010

Período de Visitação
20 de março a 27 de abril de 2010
SPECIAL SALE 26 e 27 de abril de 2010

Local
CIC - Centro Integrado de Cultura
Avenida Gov. Irineu Bornhausen, nº 5600 - Agronômica
Florianópolis - SC

Horário
Terça a Sexta, das 14h00 às 22h00
Sábado e Domingo, das 12h00 às 23h00

Ingresso
Terça a Sexta R$ 15,00
Sábado e Domingo R$ 20,00

quarta-feira, 17 de março de 2010

O espírito dos livros
Thereza Christina Motta

José Mindlin, imortal e bibliófilo, falecido há duas semanas, deixou-nos um legado perene: perpetuar os livros, pois, para ele, "os livros não desaparecerão jamais". Já outro bibliófilo, semiólogo e escritor italiano, Umberto Eco, os 30.000 livros de sua biblioteca são "os que ainda irá ler, senão, por que os guardaria?"

Piadas à parte, a verdade é que os livros cumprem um destino insólito: de preservar tudo o que o homem imaginou. Sem eles, nada saberíamos sobre egípcios e sumérios, babilônios e gregos, isso para citar os mais antigos, pois desde a invenção da imprensa, popularizaram-se as publicações de tal forma que praticamente todos podem realizar o sonho de publicar um livro.

Hoje, então, nem se fala. Gutenberg fez pelo livro o mesmo que Graham Bell pela comunicação virtual: acelerou os processos de tal forma que não imaginamos mais viver sem eles. As gráficas hoje tentam acompanhar a produção sob demanda. Além do papel reciclado, temos o papel de garrafa pet, o papel de plástico, que não dobra nem amassa. Quando pensamos nos primeiros livros impressos, temos a sensação de estar diante de um milagre.

Outro aspecto me chama a atenção: a sina da perseguição. Livros já foram proibidos, queimados, banidos, indexados, destruídos e, claro, lidos às escondidas. Há um temor e um assombro em relação a eles, seja pelo que trazem ou pelo que nos revelam. Ler um livro ilumina.

Por tudo isso, todos que um dia colaboraram em relação aos livros, seja criando bibliotecas, contrabandeando-os, guardando-os em lugar seguro, salvando-os de um incêndio ou de uma enchente, são dignos de um prêmio. O exemplo de Midlin deve multiplicar-se, o de Eco, proliferar-se, todos deveríamos ter 30.000 livros ainda por ler.

Meus pais sempre foram bibliófilos. Sempre tinham um livro sendo lido. Antes de morrer, papai estava lendo "As Novelas Exemplares", de Miguel de Cervantes. Mindlin também dizia que ao encontrarmos um livro, nunca devemos negligenciá-lo, ele pode não estar mais lá quando voltarmos para buscá-lo. É o encontro de uma vida.

Um dos depoimentos mais fantásticos que ouvi foi o de um contista, Mariel Reis, ao dizer que crescera numa casa sem luz, e que se refugiava na biblioteca do bairro durante o dia para poder ler. Ali podia encontrar todos os autores que queria: aquele era o seu paraíso. Ele escreve como poucos autores contemporâneos que conheço. É de tirar o fôlego. A literatura salvou-o.

Ainda menina, aos dez anos, li uma crônica de Cecília Meireles e foi a primeira vez que vi o que estava escrito: chamava-se "A arte de ser feliz" e ela descrevia a pomba que pousava num globo de louça azul que, por vezes, ficava da mesma cor do céu e assim a pomba parecia estar pousada no ar... Estava fazendo uma leitura silenciosa durante a aula no quarto ano primário do Chapeuzinho Vermelho, levantei a cabeça... e vi a pomba no ar!

O que um livro contém só faz sentido para quem o lê. Esse é o espírito do livro, que vive em nós depois que o lemos, que continua falando conosco muito tempo depois de tê-lo perdido em alguma mudança ou de uma separação. A biblioteca semovente que nos acompanha são os livros que guardamos, os que damos de presente, os que perdemos, os que esquecemos e só reencontramos nos sebos.

Ontem, na TV, um homem anunciava que alguém havia jogado na lata de lixo em Nova York uma primeira edição de "Alice no País das Maravilhas", encadernado em couro vermelho, com bordas douradas, que valia quinze mil dólares! Quem o encontrou, guardou-o num cofre. Esta edição só não vale mais do que a feita pelo próprio Lewis Carroll para presentear a Alice Liddell.

Além do sentido para quem o lê, há para quem ouve falar do livro - por quanto tempo procuramos um livro que queremos ler? Às vezes, uma vida inteira. E ao encontrá-lo, novamente volto a Mindlin, é como se encontrássemos um velho amigo que perdemos de vista há muito tempo.

Esta missão, a de guardar, a de escrever, a de publicar, a de vender livros, é a das mais sagradas, pois livros são sagrados pelo que contêm. Uma grande livraria brasileira começou com uma senhora que emprestava os livros que havia trazido da Europa ao fugir da guerra. Outra começou com um rapaz que veio trabalhar em uma que fecharia uma semana depois e para não deixá-la cerrar as portas, "tocou o negócio". Há muitas que já fecharam depois de viverem seu período áureo. Mas sempre voltam, em outro lugar.

O espírito dos livros sempre pairou sobre as águas. E criou, à sua imagem e semelhança, os livros que lemos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Arquiteto suíço vai mudar a paisagem do centro de São Paulo

Jacques Herzog, do premiado escritório Herzog&De Meuron, fala sobre polêmico projeto do Teatro da Dança Jotabê Medeiros, de O Estado de S. Paulo
O arquiteto Jacques Herzog fala sobre sua opção por não ter estilo

SÃO PAULO - Famoso pelo projeto do Ninho de Pássaro, mirabolante Estádio Olímpico de Pequim, o escritório de arquitetura suíço Herzog & De Meuron prepara-se para modificar a paisagem de São Paulo com o novíssimo Teatro da Dança de São Paulo, na região da Luz. Um projeto de 95 mil m² e custo que pode chegar a R$ 400 milhões (só o desenvolvimento do projeto custou R$ 3 milhões ao governo estadual, segundo adiantou o Estado em março deste ano), no epicentro da Cracolândia, o complexo deverá funcionar como uma nova "âncora" de recuperação do centro de São Paulo. A arquitetura é, como disse em entrevista exclusiva ao Estado um dos sócios do escritório, Jacques Herzog, "o maior sinal da vitalidade da energia cultural de um País". Ele e Pierre de Meuron estão entre os mais disputados arquitetos internacionais do momento.
Durante o recente cataclismo financeiro, muitos arquitetos, assim como designers famosos, passaram a ser vistos como profissionais criando brinquedos extravagantes para gente rica, casas faraônicas e condomínios pedantes, projetos para ditadores, símbolos nacionais para países nouveau riche. Que tipo de papel social o sr. acredita que o arquiteto tem?Arquitetura e urbanismo refletem a realidade de nossas sociedades, hoje e no passado. Arquitetos são muito tentados e geralmente seduzidos por oportunidades oferecidas a eles pelos líderes econômicos e políticos de suas épocas. Aqueles que não usam essas oportunidades para fazer algo mais que exercícios ecléticos e metidos de arquitetura certamente perdem a chance de oferecer contribuições socialmente relevantes. A arquitetura é, idealmente, uma forma de arte pública e só pode cumprir esse papel se investiga e explora todas as oportunidades oferecidas pelos espaços públicos em novos edifícios, os quais vão funcionar e serem aceitos pelo povo. Após seu escritório ser criticado pela criação do Estádio Olímpico de Pequim, o sr. disse que a obra poderia ajudar no processo de abertura e mudança na China. Agora que faz um ambicioso projeto para São Paulo, cidade com grandes problemas de pobreza e criminalidade, que tipo de mudança acha que seu plano pode propor para os habitantes da cidade?O Estádio de Pequim tem uma vida pós-Olimpíada muito interessante: está aberto a qualquer pessoa e recebe 30 mil visitantes por dia, mesmo cobrando ingresso. Funciona como um parque e tornou-se um espaço público real em Pequim, o que significa mais para a gente do que a atenção e o sucesso durante os jogos. Agora, nosso projeto para o novo centro cultural de São Paulo tem sido, desde o início, concebido como um espaço público - ou mais precisamente como um tipo de topografia pública, um conjunto de plataformas, ruas, praças e plantas acessíveis a todo mundo. A arquitetura de São Paulo tem como marca uma caótica fragmentação: neoclássico italiano, modernismo, pós-modernismo, cortinas de vidro como em Chicago. Qual é a sua visão sobre o mélange que é a arquitetura de nossa cidade?São Paulo é fascinante para todos aqueles que amam as grandes cidades. Nosso fascínio por São Paulo se deve a essa fragmentada e caótica estrutura onde tantas coisas incríveis podem ser descobertas. Estilo não importa, e o que nós amamos é aquilo que você certamente conhece. A coreógrafa alemã Pina Bausch incluía tudo que a gente vê e sente em uma experiência teatral, viva. Por outro lado, os integrantes da New York School of Music, Painting and Poetry (artistas como Merce Cunningham, Jerome Robbins e Paul Taylor) combinavam e rejeitavam ao mesmo tempo as rivalidades entre dança moderna e clássica, absorvendo aspectos da vida comum, o movimento dos pedestres, o mundo natural e a vida na cidade. Como trabalhar tantas direções distintas da dança moderna em um único edifício? Qual é o maior desafio de projetar um teatro de dança?Você pode dançar balé clássico em contextos muito contemporâneos e, de outro lado, também pode dançar formatos de dança contemporânea em teatros clássicos. Estamos desenvolvendo um edifício que na verdade não é um edifício isolado no sentido clássico, mas mais uma interseção entre aberto e fechado, público e privado, espaços grandiosos e intimistas nos quais todos juntos vão responder às possíveis necessidades dos usuários envolvidos no plano. Foi projetado para ser atraente - literalmente, para atrair e receber bem todo o povo de São Paulo. Diferentemente dos seus pares, como Frank Gehry, Daniel Libeskind, Norman Foster, Oscar Niemeyer e Zaha Hadid, vocês não têm uma "assinatura" de estilo. Cada edifício que fazem é diferente do anterior. É uma filosofia deliberada? Por quê?Quando jovens arquitetos, nós procuramos saber o que a arquitetura poderia ser. Não havia tradições a seguir, o modernismo parecia sem sangue, o pós-modernismo estava no horizonte e nós o odiávamos e não podíamos nos identificar com suas atitudes nostálgicas e ecléticas. Nós víamos a arquitetura muito mais como um caminho experimental e descobrimos diferentes campos que nunca tinham sido explorados antes, não do jeito radical que nós começamos a fazer. O minimalismo que só tinha sido desenvolvido como uma estratégia no mundo da arte; a materialidade da arquitetura; a potencialidade do ornamento como um novo conceito holístico para a arquitetura. Esse processo de investigação foi nos primeiros anos uma estratégia para nos estabelecer no mundo da arquitetura e do urbanismo, e logo nós nos tornamos mais e mais convencidos de que aquele era o caminho que procurávamos, e ainda estamos seguindo nele. Muito naturalmente, o resultado desse processo de pesquisa orientado é uma arquitetura sem um estilo claro. Nós vemos isso como uma vantagem, porque nos liberta de algum jeito de repetir o que já fizemos e deixa as portas abertas. Seu trabalho para um anexo da Tate Modern, em Londres, é um tanto diferente de tudo, porque não se trata de criar um novo edifício em um novo espaço. É um pouco como a pirâmide do Louvre, um espaço onde já existe outro edifício. Vocês não têm medo de criar uma extensão que possa ser mais atrativa do que o edifício principal?Se você faz dois edifícios no mesmo núcleo ou adiciona uma peça a um edifício pré-existente, você inevitavelmente vai se deparar com críticas e vozes em favor disso ou daquilo. Nós estamos trabalhando há muito tempo na Tate Modern Extension e mal podemos esperar para vê-la realizada. Estamos convencidos de que ambos os edifícios - o existente e o novo - necessitam um do outro para funcionar e que são fundamentais para a ambição da Tate Modern de ser um dos grandes museus do século 21. Tanto arquitetural quanto curatorialmente, os dois serão muito complementares. O sr. já imaginou como poderão ser os edifícios do futuro? Pensa em termos de futuro quando desenha novos edifícios?Nós vivemos agora. Se você pensa em algo mais do que naquilo que você faz agora, ou você pensa em alguém mais do que aquele que você é agora, você está perdido. Fazer um edifício é a mesma coisa. É para o agora, para as pessoas e as necessidades do agora. Se você não presta a maior atenção possível às pessoas e às fontes que você precisa para construir e manter um edifício, sua arquitetura nunca vai funcionar. Nem agora nem em algum ponto do futuro. Muitos urbanistas acham que o futuro da arquitetura depende de descobrir novas tecnologias, matérias e fontes de energia que promovam uma harmonia com o mundo natural. Vocês desenvolvem alguma pesquisa especial nesse sentido quando estão trabalhando num novo projeto?Nós não somos cientistas. Mas já existem incríveis ferramentas técnicas disponíveis no mercado para incrementar o consumo de energia e outras fontes. Projetos que geralmente começam com grandes ambições de usar essas ferramentas e, infelizmente, fracassam tão logo os orçamentos começam a sofrer cortes... Arquitetos podem se tornar famosos e ter visibilidade em todo tipo de revistas de celebridades, mas o fato é que nós não temos o poder real de transformar nossa sociedade. Sempre ouvimos muito sobre sua arquitetura, mas não conheço muito seus pensamentos sobre paisagismo e interiores.Oh, nós sempre nos mantivemos muito ocupados desenvolvendo móveis, lâmpadas, interiores. Alguns desses itens estão disponíveis no mercado, distribuídos por companhias como Artemide ou Vitra, e alguns talvez a gente distribua e produza pessoalmente num futuro próximo, por meio de uma plataforma na internet. Paisagismo é um campo no qual trabalhamos desde o início - basta ver nossas propostas radicais para Barcelona (1989) ou a Exposição Mundial em Hannover (1992). Concretamente, acabamos de entregar o plano mestre do que será a base da Exposição Mundial em Milão, em 2015. Trabalhamos num grupo pequeno com Stefano Boeri e Ricky Burdett num conceito focado em agricultura e paisagem como elementos dominantes da mostra - deixando de lado o papel tradicional dos pavilhões nacionais individuais. A arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, muito respeitada no Brasil e que criou o Masp, na Avenida Paulista, disse uma vez que sua definição de arquitetura era "um homem conectado com os mais urgentes e simples problemas da vida humana, aquilo que na linguagem filosófica se chamava de Lebenswelt, a ‘verdadeira experiência’". O sr. concorda com essa definição?"Leben" soa bem. A arquitetura molda, expressa e especialmente revela como nós vivemos. Arquitetura é muito psicológica.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A busca de um sentido para a tecnologia na arquitetura

por Marcelo Maia
"Estamos experimentando uma extrema liquidificação do mundo, da nossa linguagem, do gênero, do corpo: Uma situação onde tudo se torna mediado, onde toda a matéria de espaço é fundida com a sua representação na mídia, onde toda a forma é fundida com a informação. Estamos trocando a matéria pela substância, o sólido pelo grão e resolução. O líquido na arquitetura foi previamente associado com o fácil retorno da arquitetura às necessidades humanas, a satisfação em tempo real. Mas esta leve e inteligente tecnologia de desejo pode somente terminar com o corpo como um resíduo, onde os primeiros passos no ciberespaço serão provavelmente os últimos passos todos juntos" (1). SPUYBROEK, LarsVários arquitetos e sociólogos têm se interessado em evidenciar as conseqüências do desenvolvimento tecnológico na sociedade e na arquitetura. Marcos Novak e Lars Spuybroek, por exemplo, estão preocupados em desenvolver uma arquitetura que possa fazer a conexão do espaço imaterial digital ao espaço físico. A extensão do espaço físico dado pelo espaço tecnológico se desdobrou em conceitos como "liquid architecture" e "transarchitecture". São conceitos que não estão inertes no pensamento arquitetônico e muito menos neste texto. O arquiteto William Mitchell, de uma forma pragmática, mostra em seu livro "City of Bits" como a tecnologia está transformando a nossa cidade, a nossa arquitetura e o modo de viver das pessoas. Em seu livro ele mostra que agencias bancárias, livrarias, bibliotecas, lojas, escolas e outros espaços poderão ser substituídos por um terminal de computador.Seis anos após a primeira edição de seu livro, podemos confirmar esta sucinta transformação espacial ao verificar os números de vendas da www.amazon.com e da www.submarino.com.br, ao perceber a fragmentação das grandes agências bancárias em quiosques e micro agencias espalhadas por toda a cidade, ao ter disponibilizado cursos a distância via internet/teleconferência em universidades, e ao renovar a carteira de motorista pela internet. Estes entre muitos exemplos confirmam a substituição do espaço/tempo apontado por Paul Virilio (2).Uma substituição cada vez mais eficiente, demandando cada vez menos espaço e pessoas. Mas isso é terrível. Qual o limite desta fragmentação e desmaterialização do espaço? Será que estamos caminhando para um mundo similar ao filme Matrix (3) onde todos viveremos em bolhas de sobrevivência? Qual o limite das nossas relações impessoais com as máquinas? John Naisbitt (4), em seu livro recentemente lançado avalia o impacto da tecnologia na sociedade e expõe as características psicológicas de uma geração que cresce se relacionando na maior parte do tempo com máquinas ao invés de pessoas. Quantas vezes ao fazer compras em um supermercado não ficamos impacientes com as filas dos caixas? Quantas vezes nós perguntamos o nome da pessoa que está no caixa e procuramos saber como foi o seu dia? Quantas vezes nós paramos para pensar que o caixa é uma pessoa e não uma máquina de processar valores? A sublimação de atividades e acontecimentos do cotidiano do homem seja pela digitalização dos acontecimentos ou até mesmo pela perda do sentido ou da necessidade de determinados espaços nos mostram uma arquitetura que caminha para uma extinção e uma sociedade com relacionamentos cada vez mais impessoais. Será o fim da arquitetura como meio de promover as relações entre indivíduos? "Compreende-se melhor desta forma que a materialidade da arquitetura a que Walter Benjamin se referia esteja menos ligada às paredes, aos tetos, à opacidade das superfícies, do que à primazia do "protocolo de acesso" da porta, da ponte, mas igualmente dos portos e de outros meios de transporte, que prolongava em muitos a natureza do limiar, a função prática da entrada. (...) É tudo isso que tende a desaparecer atualmente com as tecnologias avançadas, a teledistribuição à domicílio. Se a janela catódica e a tela matricial substituem a um só tempo as portas e os meios de comunicação física, é porque a própria representação cinemática tende a substituir a realidade da presença efetiva, a presença real das pessoas e das coisas e porque o "acidente" das máquinas de transferência instantânea substitui a "substância" do espaço/tempo..." (5). É certo que o fim da arquitetura, às vezes anunciada pelos "cyber architects", nunca acontecerá. Enquanto o homem existir em um corpo físico o espaço sempre existirá. E havendo espaço e relação de objetos haverá uma arquitetura. De qualquer forma neste momento onde não se sabe até onde se faz necessário um edifício ou que sentido tem um espaço físico determinado nos restam dois instrumentos de concepção: a incerteza espacial e o corpo. O corpo do homem, a primícia do espaço a partir do qual se faz a arquitetura. A incerteza que já vem algum tempo sendo contemplada pela filosofia, está presente no nosso dia a dia e cada vez mais presente no design e na arquitetura. Conceitos como imaterialidade, instabilidade, flexibilidade, versatilidade, reciclagem, interatividade entre outros faz parecer que a única certeza é a própria incerteza e até mesmo este fazer parecer é incerto, instável e virtual. Hoje quando as indústrias nos apresentam materiais que trocam de cor ou textura por impulsos elétricos ou térmicos e superfícies que vão do opaco ao transparente passando pelo translúcido assimilamos materiais que deixam incertos a sua própria materialidade. Qual é o espaço ideal para se montar a sede de uma grande multinacional? Em que lugar? Isto importa? Na verdade, a sede da empresa está fragmentada em vários países espalhados pelo globo e a questão é: existe uma sede? Existe uma empresa? O corpo por outro lado passa a ser a maior de todas as certezas. E este passa a ser o ponto central de concepção do espaço como síntese da transformação. Este espaço em torno do corpo se torna arquitetura, mas não mais como a arquitetura que conhecemos. Não mais como uma arquitetura funcionalista e determinista que gera o caminhar dos eventos do homem.Não podemos mais falar em uma arquitetura dada, predeterminada por suas funções e rígida. Imagine se você morasse em uma casa como a "Casa Cor". Onde estaria a sua liberdade de estar em casa e viver se para cada atividade você precisasse de um ambiente? quarto de musica, sala de TV, escritório, sala de leitura, sala de computador, quarto de hóspedes, cozinha dos hóspedes, cozinha do gourmet...Quantas pessoas conseguem fazer as atividades isoladas, uma de cada vez? Quem consegue hoje, viver com tanto determinismo? Paradoxalmente, este consumo "Casa Cor" e a necessidade das pessoas de estarem reformando seus ambientes com freqüência dando funções e ordem espacial a eles é o resultado da própria incerteza gerada pelo ócio dos espaços inadequados e deterministas de suas moradias que não os atendem e provavelmente nunca o farão. Hoje devemos conceber a arquitetura de uma forma diferente, apenas isso, não estamos falando de uma nova imagem. A concepção dos espaços muda a partir do momento em que o corpo e seus impulsos vitais passam a ser o elemento transformador. Não serão interferências formais e plásticas como elementos decorativos ou ainda o pós-estruturalismo na arquitetura que vão dar continuidade à arquitetura moderna proposta por Corbusier, Loos e Gropious.A transformação clamada pela nova tecnologia é sucinta, simples e prática. Metaforicamente seria como mudar o ponto de vista do observador ou observar com uma outra lente. Ou seja; não é mais a arquitetura que gera o espaço no qual o homem deve se adaptar.O corpo gera a arquitetura onde a mesma está completamente subjugada aos atos do indivíduo. Assim como a tecnologia e os equipamentos que trabalham em função do indivíduo e do corpo e que fascinam pela sua interatividade e indeterminação.Uma arquitetura incerta que não existe mais como uma forma rígida, determinada ou funcional no espaço mas como movimento do corpo do indivíduo no tempo. Logo o corpo como gerador do espaço torna-se o objeto de concepção para uma arquitetura adequada à uma sociedade moldada pela tecnologia. Se a tecnologia tem moldado a nossa sociedade, segundo Daniel Bell (6) e alterado a nossa referência tradicional de espaço e tempo, segundo Paul Virilio, com certeza a arquitetura não está inerte neste meio.O deconstrutivismo prova que objetos materiais e objetos da semiótica tradicionais já não fazem mais sentido, e talvez a melhor contribuição deste movimento foi provar que boa parte deles são praticamente dispensáveis. A arquitetura chega ao auge da falta de sentido e significado com o pluralismo moderno, a profusão de imagens de arquitetura pelo mundo em revistas e medias e repetição destes em qualquer lugar.Também, proliferam-se edifícios "casulos" que funcionam como máquinas de sobrevivência tecnológicas (os shopping centers e os edifícios de apartamentos - apesar de não ser a sua porta principal, todos na maioria das vezes acessados pela garagem - mas o que é a porta principal? Isso faz algum sentido?), intercalados por "disneylândias" (centros culturais, Pelourinho, Opera de Arame...). Qual o sentido da arquitetura hoje frente à nova tecnologia? Podemos começar a encontrar este sentido pela relação corpo + espaço + tecnologia. Mas talvez isso será apenas um começo. Notas 1 - SPUYBROEK, Lars. Transarchitectures in Architectural Design Magazine, vol. 68, 1998, p. 62. 2 - VIRILIO, Paul. O Espaço Crítico. São Paulo, Editora 34, 1993. 3 - www.whatisthematrix.com 4 -NAISBITT, John. High Tech High Touch (Alta tecnologia - Alto contato humano). São Paulo, Cultrix, 1999. 5 -VIRILIO, Paul. op. cit., p. 78-79. 6 - BELL, Daniel. The Coming of Post-Industrial Society: a venture in social forecasting. Nova Iorque, Basic Books, 1976.

Em alta, os prédios 'com design'

por Daniel Piza
O edifício 360°, criado por Isay Weinfeld e premiado com o Future Projects Awards, da revista inglesa Architectural Review, não é um caso isolado no futuro breve de São Paulo. Como ele, outros prédios residenciais com arquitetura ousada e contemporânea estão sendo ou serão erguidos na cidade até 2010. E, também como ele, estão obtendo sucesso comercial mesmo em tempos de crise, porque caíram no gosto de um público bem-informado, aberto à estética, que tem crescido muito. Cada vez mais os prédios "com design" ou "com assinatura" mostram que são viáveis numa cidade que ainda se caracteriza por empreendimentos ditos "neoclássicos".A mesma incorporadora responsável pelas obras do 360°, Zarvos Idea, participa com a parceira CP3, dos irmãos Rafael e Tonico Canto Porto, e com o escritório Axpe Imóveis, do publicitário José Eduardo Cazarin, do que chamam de "Movimento Um" - uma série de construções projetadas por arquitetos talentosos e preocupadas com uma ocupação urbana mais humana e sustentável. São prédios em geral mais baixos, com oito andares, que pretendem estar mais valorizados com o passar dos anos graças à linguagem não convencional. "Há um interesse crescente por arquitetura contemporânea de qualidade", diz Cazarin, "por parte de um público que é mais viajado e acha graça na inovação."Entre os prédios estão trabalhos de escritórios de arquitetura em ascensão como Triptyque, Grupo SP, Gui Mattos e Andrade Morettin. É deste último, por sinal, o primeiro que ficou pronto, na rua Aimberê, no Sumaré. O arquiteto Marcelo Morettin, de 39 anos, sócio de Vinicius Andrade, 40 anos, conta que o escritório vem sendo cada vez mais procurado para esse tipo de projeto. "Alguma coisa está mudando", diz. "Existe um público em São Paulo que não se sente representado pelo tipo de arquitetura que é praticado pelo mercado imobiliário. Percebendo isto, alguns incorporadores com uma visão mais cosmopolita da vida urbana se organizaram para lançar edifícios que respondessem a essa demanda."Os projetos todos dão muito valor à variedade de texturas e materiais e a fachadas cheias de ritmos e recortes. Além de formas assimétricas, cores marcantes e baixa estatura, eles têm em comum a intenção de que os apartamentos tenham ótima luminosidade, jardinagem distribuída, varandas amplas e plantas flexíveis - como se fossem casas. Dificilmente há dois apartamentos iguais, pois são adaptáveis às necessidades de cada morador. No caso do Aimberê (escolhido pela editora Phaidon para integrar um livro sobre arquitetura atual), alguns apartamentos são de fatos casas, pois possuem um quintal, ou seja, uma fração da área do térreo. Outro ponto comum é que a maioria se localiza na zona oeste, em bairros como Vila Madalena, Alto de Pinheiros, Vila Romana e Pompéia, para onde a cidade tem se desenvolvido. Bolados com a consciência desse entorno, eles aumentam a identidade da região ao dialogar com um público jovem, que gosta de arte e diversão. Mas há exemplos em outras regiões, como na rua Itacolomi, em Higienópolis, com projeto do Grupo SP. Álvaro Puntoni, um dos arquitetos, destaca o extenso banco voltado ao exterior para se contrapor a essa "cidade de grades" que é São Paulo, na definição de Lina Bo Bardi.Se metragem, localização e acabamento costumam compor o preço de um apartamento, o fato de trazer uma arquitetura mais inventiva não o encarece? Otávio Zarvos, proprietário da incorporadora, diz que não. "Os preços são competitivos, e além disso a chance de valorização é muito maior." Isso explicaria o êxito desses projetos ainda na pré-venda. O prédio da rua Simpatia, projetado pelo Grupo SP, já foi 90% vendido. No da Fidalga, do escritório franco-brasileiro Triptyque, só existem mais duas unidades à venda. E mais de 60% dos 62 apartamentos criados por Weinfeld já têm donos. "O que é único e bacana vende primeiro e pelo melhor preço, pois não há concorrência em termos de oferta", resume Cazarin. "É uma lógica linear."Zarvos atribui a procura a um "enriquecimento cultural" de parcela dos brasileiros, que lêem sobre arquitetura e design em sites, livros e revistas internacionais e valorizam o desenho em produtos de tecnologia como os da Apple. Cazarin, que viaja constantemente para países próximos como Argentina, México e Chile para acompanhar as novidades arquitetônicas, diz que há "prédios maravilhosos" sendo construídos ali e no mundo todo. "Essa demanda por arquitetura de vanguarda já existe há duas décadas. Agora chegou aqui." Puntoni lamenta o nível ainda baixo da média das construções novas em São Paulo, mas comemora a tendência: "Já estava na hora de superar o 'neo-neo', de ter uma arquitetura mais humana."Não que os prédios "neoclássicos" - simétricos e grandalhões, com colunas e ornamentos antigos misturados a vidros azuis ou verdes - estejam com os dias contados. "Eles são a emulação de uma herança e de um refinamento clássico que não nos pertence", diz Cazarin. "Tudo nesses edifícios é falso, inclusive a suposta sofisticação e luxo." Mas já começa a deixar de ser tão dominante. Morettin diz não duvidar se "em alguns anos ele passar a ser associado ao mau gosto ou, no mínimo, a uma certa alienação cultural". Zarvos diz que esses prédios foram e são construídos para atender ao gosto massificado, embora ache "incrível" como as coisas estão mudando. "Na Europa o neoclássico se restringe mais e mais aos subúrbios."Ele acredita que os resultados comerciais da nova arquitetura possam inspirar outros incorporadores - e os arquitetos dizem que já têm sido procurados por eles - a fazer projetos diferentes. E alerta: "Esse tipo de arquitetura é mais complexo e envolve tempo, envolve planejamento. Mas todos saem ganhando com isso, a começar pela cidade. É uma espécie de idealismo com resultados."
fonte: htp://blog.estadao.com.br/blog/piza/

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010